segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Relembrando o Período Pré-Socrático - Filosofia

Os filósofos pré-socráticos são, como sugere o nome, filósofos anteriores a Sócrates. Essa divisão propriamente, se dá mais devido ao objeto de sua filosofia, em relação à novidade introduzida por Platão, do que à cronologia - visto que, temporalmente, alguns dos ditos pré-socráticos são contemporâneos a Sócrates, ou mesmo posteriores a ele (como no caso de alguns sofistas).
Primeiramente, os pré-socráticos, também chamados naturalistas ou filósofos da physis (natureza - entendendo-se este termo não em seu sentido corriqueiro, mas como realidade primeira, originária e fundamental¹, ou o que é primário,fundamental e persistente, em oposição ao que é secundário, derivado e transitório²), tinham como escopo especulativo o problema cosmológico, ou cosmo-ontológico, e buscavam o princípio (ou arché) das coisas.
Posteriormente, com a questão do princípio fundamental único entrando em crise, surge a sofística, e o foco muda do cosmo para o homem e o problema moral.
Os principais filósofos pré-socráticos (e suas escolas) foram:
Escola da Pluralidade: Empédocles de Agrigento, Anaxágoras de Clazômena, Leucipo de Abdera e Demócrito de Abdera.Tales de Mileto (624-548 a.C.)
Atribui-se a Tales a afirmação de que "todas as coisas estão cheias de deuses", o que talvez pode ser associado à ideia de que o imã tem vida, porque move o ferro. Essa afirmação representa não um retorno a concepções míticas, mas simplesmente a ideia de que o universo é dotado de animação, de que a matéria é viva (hilozoísmo). Além disso, elaborou uma teoria para explicar as inundações no Nilo, e atribui-se a Tales a solução de diversos problemas geométricos (exemplo: teorema de Pitágoras). Tales viajou por várias regiões, inclusive o Egito, onde, segundo consta, calculou a altura de uma pirâmide a partir da proporção entre sua própria altura e o comprimento de sua sombra: essa proporção é a mesma que existe entre a altura da pirâmide e o comprimento da sombra desta. Esse cálculo exprime o que, na geometria, até hoje se conhece como teorema de Tales.
Tales foi um dos filósofos que acreditava que as coisas têm por trás de si um princípio físico, material, chamado arché. Para Tales, o arché seria a água. Tales observou que o calor necessita de água, que o morto resseca, que a natureza é úmida, que os germens são úmidos, que os alimentos contêm seiva, e concluiu que o princípio de tudo era a água. Com essa afirmação deduz-se que a existência singular não possui autonomia alguma, apenas algo acidental, uma modificação. A existência singular é passageira, modifica-se. A água é um momento no todo em geral, um elemento. Tales com essa afirmação queria descobrir um elemento físico que fosse constante em todas as coisas. Algo que fosse o princípio unificador de todos os seres.
Principais fragmentos: • “...a Água é o princípio de todas as coisas...”.
  1. “... todas as coisas estão cheias de deuses...”.
  2. “... a pedra magnética possui um poder porque move o ferro..."

 Anaximandro de Mileto (611-547 a.C.)

Anaximandro viveu em Mileto no século VI a.C.. Foi discípulo e sucessor de Tales. Anaximandro achava que nosso mundo seria apenas um entre uma infinidade de mundos que evoluiriam e se dissolveriam em algo que ele chamou de ilimitado ou infinito. Não é fácil explicar o que ele queria dizer com isso, mas parece claro que Anaximandro não estava pensando em uma substância conhecida, tal como Tales concebeu. Talvez tenha querido dizer que a substância que gera todas as coisas deveria ser algo diferente das coisas criadas. Uma vez que todas as coisas criadas são limitadas, aquilo que vem antes ou depois delas teria de ser ilimitado.
É evidente que esse elemento básico não poderia ser algo tão comum como a água. Anaximandro recusa-se a ver a origem do real em um elemento particular; todas as coisas são limitadas, e o limitado não pode ser, sem injustiça, a origem das coisas. Do ilimitado surgem inúmeros mundos, e estabelece-se a multiplicidade; a gênese das coisas a partir do ilimitado é explicada através da separação dos contrários em conseqüência do movimento eterno. Para Anaximandro o princípio das coisas - o arché - não era algo visível; era uma substância etérea, infinita. Chamou a essa substância de apeíron (indeterminado, infinito). O apeíron seria uma “massa geradora” dos seres, contendo em si todos os elementos contrários. Anaximandro tinha um argumento contra Tales: o ar é frio, a água é úmida, e o fogo é quente, e essas coisas são antagônicas entre si, portanto o elemento primordial não poderia ser um dos elementos visíveis, teria que ser um elemento neutro, que está presente em tudo, mas está invisível.
Esse filósofo foi o iniciador da astronomia grega. Foi o primeiro a formular o conceito de uma lei universal presidindo o processo cósmico totalmente. De acordo com ele para que o vir-a-ser não cesse, o ser originário tem de ser indeterminado. Estando, assim, acima do vir-a-ser e garantindo, por isso, a eternidade e o curso do vir-a-ser. O seu fragmento refere-se a uma unidade primordial, da qual nascem todas as coisas e à qual retornam todas as coisas. Anaximandro recusa-se a ver a origem do real em um elemento particular. Do ilimitado surgem inúmeros mundos, e estabelece-se a multiplicidade; a gênese das coisas a partir do ilimitado é explicada através da separação dos contrários em conseqüência do movimento eterno.
Principais fragmentos:
  1. “... o ilimitado é eterno...”
  2. “... o ilimitado é imortal e indissolúvel...”

Anaxímenes de Mileto (588-524 a.C.)

O terceiro filósofo de Mileto foi Anaxímenes (c. 570—526 a.C.). Ele pensava que a origem de todas as coisas teria de ser o ar ou o vapor. Anaxímenes conhecia, claro, a teoria da água de Tales. Mas de onde vem a água? Anaxímenes acreditava que a água seria ar condensado. Acreditava também que o fogo seria ar rarefeito. De acordo com Anaxímenes, por conseguinte, o ar("pneuma") constituiria a origem da terra, da água e do fogo. Conclusão - Os três filósofos milésios acreditavam na existência de uma substância básica única, que seria a origem de todas as coisas. No entanto, isso deixava sem solução o problema da mudança. Como poderia uma substância se transformar repentinamente em outra coisa? A partir de cerca de 500 a.C., quem se interessou por essa questão foi um grupo de filósofos da colônia grega de Eléia, no sul da Itália, por isso conhecidos como eleatas.

 Parmênides de Eléia

O mais importante dos filósofos eleatas foi Parmênides (c. 530-460 a.C.). “Nada nasce do nada, e nada do que existe se transforma em nada”. Com isso quis dizer que “tudo o que existe sempre existiu”.
Sobre as transformações que se pode observar na natureza: ”Achava que não seriam mudanças reais”. De acordo com ele, nenhum objeto poderia se transformar em algo diferente do que era.
Início do racionalismo
Percebia, com os sentidos, que as coisas mudam. Mas sua razão lhe dizia que é logicamente impossível que uma coisa se tornasse diferente e, apesar disso, permanecesse de algum modo a mesma. Quando se viu forçado a escolher entre confiar nos sentidos ou na razão, escolheu a razão. Essa inabalável crença na razão humana recebeu o nome de racionalismo. Um racionalista é alguém que acredita que a razão humana é a fonte primária de nosso conhecimento do mundo.

 Heráclito

Um contemporâneo de Parmênides foi Heráclito (c. 540-476 a.C.), que era de Éfeso, na Ásia Menor. Heráclito propunha que a matéria básica do Universo seria o fogo. Pensava também que a mudança constante, ou o fluxo, seria a característica mais elementar da Natureza. Podemos talvez dizer que Heráclito acreditava mais do que Parmênides naquilo que percebia. Tudo flui, disse Heráclito. Tudo está em fluxo e movimento constante, nada permanece. Por conseguinte, “não entramos duas vezes no mesmo rio”. Quando entro no rio pela segunda vez, nem eu nem o rio somos os mesmos.
Problema: Parmênides e Heráclito defendiam dois pontos principais diametralmente opostos. Parmênides dizia:
  1. a) nada muda,
  2. b) não se deve confiar em nossas percepções sensoriais.
Heráclito, por outro lado, dizia:
  1. a) tudo muda (“todas as coisas fluem”), e
  2. b) podemos confiar em nossas percepções sensoriais.
Quem estava certo? Coube ao siciliano Empédocles (c. 490-430 a.C.) indicar a saída do labirinto.
Como estudioso da physis, Heráclito acreditava que o fogo era a origem das coisas naturais.

 Pitágoras de Samos

Representada pela mestre de Pitágoras, Temistocléia e seus seguidores: Teano, Damo, Arquitas de Tarento, Arignote, Equécrates, Melissa, Myia, Fíntis de Esparta, Filolau de Crotona. A maioria dos discípulos desenvolvia conhecimentos em matemática.
Defendia uma doutrina com ênfase na metafísica e na filosofia dos números e da música como essência de tudo que existe e também da própria Divindade. O ponto central da doutrina religiosa é a crença na transmigração das almas ou metempsicose.
Pitágoras, o fundador da Escola Pitagórica, nasceu em Samos pelos anos 571-70 a.C. Em 532-31 foi para a Itália, na Magna Grécia, e fundou em Crotona, colônia grega, uma associação metafísico-científico-ético-política, que foi o centro de irradiação da escola e encontrou partidários entre os gregos da Itália meridional e da Sicília. Pitágoras aspirava - e também conseguiu - a fazer com que a educação ética da escola se ampliasse e se tornasse reforma política; isto, porém, levantou oposições contra ele e foi constrangido a deixar Crotona, mudando-se para Metaponto, aí morrendo provavelmente em 497-96 a.C. Um dos principais herdeiros foi o filósofo grego Platão.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Aula de Filosofia - Dia 26 /11/2010

TEXTO 3: PLATÃO

 

Diversamente de Sócrates , que era filho do povo, Platão (428-347 a.C.) nasceu em Atenas, de pais aristocráticos e abastados, de antiga e nobre prosápia. Temperamento artístico e dialético - manifestação característica e suma do gênio grego - deu, na mocidade, livre curso ao seu talento poético, que o acompanhou durante a vida toda, manifestando-se na expressão estética de seus escritos; entretanto isto prejudicou sem dúvida a precisão e a ordem do seu pensamento, tanto assim que várias partes de suas obras não têm verdadeira importância e valor filosófico.
Platão, ao contrário de Sócrates, interessou-se vivamente pela política e pela filosofia política. Foi assim que o filósofo, após a morte de Dionísio o Antigo, voltou duas vezes - em 366 e em 361 - à Dion, esperando poder experimentar o seu ideal político e realizar a sua política utopista. Estas duas viagens políticas a Siracusa, porém, não tiveram melhor êxito do que a precedente: a primeira viagem terminou com desterro de Dion; na segunda, Platão foi preso por Dionísio, e foi libertado por Arquitas e pelos seus amigos, estando, então, Arquistas no governo do poderoso estado de Tarento.
Voltando para Atenas, Platão dedicou-se inteiramente à especulação metafísica, ao ensino filosófico e à redação de suas obras, atividade que não foi interrompida a não ser pela morte. Esta veio operar aquela libertação definitiva do cárcere do corpo, da qual a filosofia - como lemos no Fédon - não é senão uma assídua preparação e realização no tempo. Morreu o grande Platão em 348 ou 347 a.C., com oitenta anos de idade.
Platão é o primeiro filósofo antigo de quem possuímos as obras completas. Dos 35 diálogos, porém, que correm sob o seu nome, muitos são apócrifos, outros de autenticidade duvidosa.
A forma dos escritos platônicos é o diálogo, transição espontânea entre o ensinamento oral e fragmentário de Sócrates e o método estritamente didático de Aristóteles. No fundador da Academia, o mito e a poesia confundem-se muitas vezes com os elementos puramente racionais do sistema. Faltam-lhe ainda o rigor, a precisão, o método, a terminologia científica que tanto caracterizam os escritos do sábio estagirita.
A atividade literária de Platão abrange mais de cinqüenta anos da sua vida: desde a morte de Sócrates , até a sua morte. A parte mais importante da atividade literária de Platão é representada pelos diálogos - em três grupos principais, segundo certa ordem cronológica, lógica e formal, que representa a evolução do pensamento platônico, do socratismo ao aristotelismo


domingo, 21 de novembro de 2010

Sobre a importância do questionamento

Questionar é a base para a aquisição do conhecimento. O próprio perguntar, em si, a princípio, subentende ausência da resposta, da cognição, e supõe por conseguinte a necessidade de conhecê-la. Precisamos ter estima ao que não conhecemos – já que a gama de possibilidades é tão vasta. Há cegueira pior do que não querer saber?

Sabedoria não é o mesmo que “saber”; haja vista que o último pode limitar-se ao acúmulo de conhecimento, que não necessariamente está ligada à capacidade de raciocínio. Sócrates era relativista e já foi definido pelo professor da UFPE Dr. Marcelo Pelizolli até mesmo como um sofista, porém com uma forte postura ética. Apesar do “só sei que nada sei” clássico socrático, o próprio admite a existência de uma verdade e/ou ética. Acontece que, para os sofistas, “o homem é a medida de todas as coisas”, então ocorre uma relativização generalizada. Tudo passa a ser relativo, inclusive os valores éticos/morais. Desta forma, o sofista não constrói conhecimento ou mesmo possui uma moral.

Ainda que no método socrático a própria pergunta já seja uma resposta a uma outra pergunta, isso se veicula com a idéia da busca do conhecimento, a vontade de conhecer. O ato de questionar, em si, aliado à técnica da maiêutica e ao uso da ironia, se fez presente nesse emergir da Filosofia ateniense.

Escrito por : Saulo Moreira

sábado, 20 de novembro de 2010

Filosofia / Mais informações sobre o Colegiado Escolar



O QUE É UM COLEGIADO ?

O termo "colegiado" (ÃVILA, 1980) diz respeito a uma forma de gestão na qual a direção é compartilhada por um conjunto de pessoas com igual autoridade, que reunidas, decidem sobre a melhoria da escola.

Colegiado Escolar é composto por um grupo representante dos diversos segmentos da comunidade escolar, pai/mãe ou responsável legal, professores, funcionários, coordenadores pedagógicos, alunos, dirigentes.

Colegiado Escolar é, um espaço consultivo, deliberativo , favorecendo a implementação de uma nova prática gestora dentro da unidade escola, sem perder de vista seu objetivo maior que é proporcionar ao aluno o desenvolvimento do saber, da consciência crítica e da cidadania

Existem algumas competências necessárias à implementação do Colegiado Escolar dentro da unidade de ensino, as quais podemos destacar:
1. ampliar os níveis de participação comunitária na análise dos projetos e no acompanhamento das atividades da escola, de forma a estabelecer novas relações de compromisso, parceria eco-responsabilidade;
2. promover o fortalecimento e a modernização dos processos de gestão da escola, através de sua autonomia técnico pedagógica e administrativo-financeira, e a participação efetiva da comunidade escolar no processo educacional;
3. acompanhar a execução dos recursos financeiros gerados pela escola, apresentando sugestões para sua aplicação;
4.integrar a escola e a comunidade;
5. analisar os resultados da avaliação externa da escola, propondo alternativas para melhoria do desempenho dos professores, alunos, direção, pais e funcionários;
6. participar da elaboração, acompanhamento e avaliação do
Projeto Pedagógico e o Plano de Desenvolvimento da Escola 
PDE;
8. viabilizar apoios e parcerias, objetivando o desenvolvimento da Unidade Escolar;
9. analisar as prestações de contas referentes a todos os recursos financeiros gerados pela Escola;
10. atuar como CONSELHO DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR, no cumprimento, dentre outros;
11. Avaliar a escola, propondo melhorias e ajustes, necessários;
12. elaborar e garantir o cumprimento do cronograma de reuniões anuais.

ATRIBUIÇÕES DOS MEMBROS

1. DIRETOR VICE-DIRETOR

Coordenar a gestão escolar sob os aspectos técnico  pedagógicos e administrativo-financeiros;
Promover a inserção da comunidade na Unidade Escolar, estabelecendo parceria com esta comunidade intra e extra escolar para discutir suas questões;
Fortalecer a gestão democrática dentro da unidade escolar;
Estar receptivo a sugestões e criticas.

2. ALUNO

§ Participar das decisões que dizem respeito ao projeto pedagógico da sua Escola, tornando-se sujeito de sua historicidade;
§ expressar as insatisfações de seu segmento, apresentar propostas de solução para os problemas vivenciados e se tornar co responsável pela concretização de tais propostas;
§ discutir as idéias com seus colegas, socializando as decisões e contribuindo para a formação da consciência cidadã.

3. PROFESSOR COORDENADOR PEDAGÓGICO

§ Embasar/orientar teórica, metodológica e didaticamente o corpo componente do colegiado escolar;
§ Discutir com os demais segmentos uma Proposta Pedagógica que assegure o respeito à identidade do aluno, a apropriação e produção de conhecimentos relevantes e significativos para o educando, de forma crítica.
§ transformação da realidade social; a mudança da compreensão do que é ensinar e aprender; estímulo à curiosidade e criatividade do aluno; a democratização das relações na escola; o resgate da
identidade do educador e a interação comunidade-escola como' espaço de valorização e recriação da cultura popular;
§ . aproveitar seus intervalos ou horários de trabalho coletivo para realizar discussões com o seu segmento;
§ . favorecer a presença de pais e alunos na condução do processo pedagógico da Unidade Escolar.

4. PAI MÃE DE ALUNO OU RESPONSÁVEL LEGAL
Participar ativamente do Colegiado, analisando, discutindo e supervisionando ações administrativas, financeiras e pedagógicas; . reunir-se com o seu segmento e encaminhar propostas de interesse das famílias no que se refere à educação de seus filhos;
manter-se em estado de permanente vigilância para, em parceria com os demais segmentos, buscar caminhos para a melhoria da qualidade do ensino que é oferecido a seus filhos

5. FUNCIONÁRIO DA UNIDADE ESCOLAR

.Estar próximo ao aluno, reforçando-lhe a consciência da preservação do patrimônio público e da higiene do seu espaço físico;
. atuar com a convicção da importância do seu trabalho como apoio indispensável ao melhor desempenho do Projeto Pedagógico da Escola;
. trabalhar as relações interpessoais com o seu próprio segmento e com os demais.
. aproveitar seus intervalos ou horários de trabalho coletivo para realizar discussões com o seu segmento;

Atividade de Filosofia -08 / 11 / 2010


1.O período antropológico foi marcado com a atuação dos sofistas.Quais eram as características deles?

2.Górgias, famoso sofista afirmava que " o bom orador é capaz de convencer qualquer pessoa sobre qualquer coisa".Comente.

3.Uma das principais doutrinas sofísticas foi a teoria do contra-argumento.O que ela defende?

4.A principal doutrina sofística consiste em uma viso relativa do mundo, que se contrapõe a Socrátes.Explique.

5.O período Pré -Socrático foi dominado em grande parte, pela investigação da natureza.Essa investigação tinha sentido cosmológico, enquanto no período socrático tinha sentido antropológico.Explique.

6.Na linguagem cotidiana , a ironia tem um significado depreciativo , sarcástico ou de zombaria.Mas não era o sentido da ironia socrática.Como funcionava esse método?

7.Sócrates propunha que antes de tudo o ser humano deve conhecer a si mesmo.Comente.

8.O Sofista faz retórica.Socrátes faz dialética.Explique 

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Filosofia - Comente ....

"Conhece-te a ti mesmo" 

  É o lema em que Sócrates cifra toda a sua vida de sábio. O perfeito conhecimento do homem é o objetivo de todas as suas especulações e a moral, o centro para o qual convergem todas as partes da filosofia.
E pra você o que significa essa cifra?

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Filosofia / Para pensar .................

Ao eleger o diálogo como método de investigação,Sócrates foi o primeiro filósofo a se preocupar não só com a verdade mas com o modo como se pode chegar a ela. Já os Sofistas valorizavam a argumentação , eles pensavam como Socrátes ? Quais os pontos que eles tinham em comum? E diferentes ?

2º Aula de Filosofia - Data :29 / 10 / 2010

TEXTO2: SÓCRATES
Acredita-se que Sócrates (470 a.C. - 399 a.C.) foi um filósofo ateniense e um dos mais importantes ícones da tradição filosófica ocidental e um dos fundadores da atual Filosofia Ocidental. A fonte mais importante de informação sobre Sócrates é Platão (Alguns filósofos afirmam só se poder falar de Sócrates como um personagem de Platão, por ele nunca ter deixando nada escrito de sua própria autoria.). Os diálogos de Platão retratam Sócrates como professor que se recusa a ter discípulos, e um homem piedoso que foi executado por causa da conveniência de seu próprio Estado. Sócrates não acreditava nos prazeres dos sentidos, todavia se interessava pela beleza. Dedicava-se à educação dos cidadãos de Atenas, mas era indiferente em relação a seus próprios filhos.
O julgamento e a execução de Sócrates foram momentos importantes em sua vida e são eventos centrais da obra de Platão. Sócrates admitiu que poderia ter evitado sua condenação (beber o veneno chamado cicuta) se tivesse desistido da filosofia. Mesmo depois de sua condenação, ele poderia ter evitado sua morte se tivesse escapado com a ajuda de amigos. A razão para sua cooperação com o Estado e com seus próprios valores mostra uma valiosa faceta de sua filosofia, em especial aquela que é descrita nos diálogos com Críton.
Método Socrático
O método socrático consiste numa prática muito famosa de Sócrates, o filósofo, em que, utilizando um discurso caracterizado pela maiêutica e pela ironia, levava o seu interlocutor a entrar em contradição, tentando depois levá-lo a chegar à conclusão de que o seu conhecimento é limitado.
Criada por Sócrates no século IV a.C., a maiêutica é o momento do "parto" intelectual da procura da verdade no interior do Homem. A auto-reflexão, expressa no nosce te ipsum - "conhece a ti mesmo" - põe o Homem na procura das verdades universais que são o caminho para a prática do bem e da virtude. Sócrates aplicou-a para questionar os da nobreza grega, que se julgava superior e apta a controlar e orientar os demais, pertencentes ao povo. Com isso, atraiu antipatias que o levaram aos tribunais, sendo condenado à morte por meio de um veneno (cicuta). A maiêutica é um método que consiste em "parir" idéias complexas a partir de perguntas simples e articuladas dentro dum contexto (assunto).
O Método Socrático é uma abordagem para geração e validação de idéias e conceitos baseada em perguntas, respostas e mais perguntas.
Acreditava que a excelência moral é uma questão de divindade e não de parentesco, pois pais moralmente perfeitos não tinham filhos semelhantes a eles. Isso talvez tenha sido a causa de não ter se importado muito com o futuro de seus próprios filhos.

1ª Aula de Filosofia I - Data 19 / 10 / 2010.

                    
TEXTO 1: OS SOFISTAS E O PERÍODO SOCRÁTICO – MAIÊUTICA E IRONIA


 Cristina G. M. deOliveira.
O período pré-socrático foi dominado, em grande parte, pela investigação da natureza. Essa investigação tinha um sentido cosmológico. Era a busca de explicações racionais para o universo manifestada na procura de um princípio primordial (arché) para todas as coisas existentes. Seguiu-se a esse período uma nova fase filosófica, caracterizada pelo interesse no próprio homem e nas relações do homem com a sociedade. Essa nova fase foi marcada, no início, pelos sofistas.
Etimologicamente, o termo sofista significa sábio. Entretanto, com o decorrer do tempo, ganhou o sentido de impostor, devido, sobretudo, às críticas de Platão.
Os sofistas eram professores viajantes que, por determinado preço, vendiam ensinamentos práticos de filosofia. Levando em consideração os interesses dos alunos, davam aulas de oratória e sagacidade mental. Ensinavam conhecimentos úteis para o sucesso dos negócios públicos e privados.
O momento histórico vivido pela civilização grega favoreceu o desenvolvimento desse tipo de atividade praticada pelos sofistas. Era uma época de lutas políticas e intenso conflito de opiniões nas assembléias democráticas. Por isso, os cidadãos mais ambiciosos sentiam a necessidade de aprender a arte de argumentar em público para, manipulando as assembléias, fazerem prevalecer seus interesses individuais e de classe.
As lições sofísticas tinham como objetivo o desenvolvimento do poder de argumentação, da habilidade retórica, do conhecimento de doutrinas divergentes. Eles transmitiam todo um jogo de palavras, raciocínios e concepções que seria utilizado na arte de convencer as pessoas, driblando as teses dos adversários.
Segundo essas concepções, não haveria uma verdade única, absoluta. Tudo seria relativo ao homem, ao momento, a um conjunto de fatores e circunstâncias.
Nascido em Atenas, Sócrates (469-399 a.C.) é tradicionalmente considerado um marco divisório da história da filosofia grega. Por isso, os filósofos que o antecederam são chamados pré-socráticos e os que o sucederam, de pós-socráticos. O próprio Sócrates não deixou nada escrito, e o que se sabe dele e de seu pensamento vem dos textos de seus discípulos e de seus adversários.
O estilo de vida de Sócrates assemelhava-se ao dos sofistas, embora não vendesse seus ensinamentos. Desenvolvia o saber filosófico em praças públicas, conversando com os jovens, sempre dando demonstrações de que era preciso unir a vida concreta ao pensamento. Unir o saber ao fazer, a consciência intelectual à consciência prática ou moral.
O auto-conhecimento era um dos pontos fundamentais da filosofia socrática. “Conhece-te a ti mesmo”, frase inscrita no templo de Apolo,era a recomendação básica feita por Sócrates a seus discípulos.
Sócrates percebe que a sabedoria começa pelo reconhecimento da própria ignorância. “Só sei que nada sei” é, para Sócrates, o princípio da sabedoria, atitude em que se assume atarefa verdadeiramente filosófica de superar o enganoso saber baseado em idéias pré-concebidas.
 Sua filosofia era desenvolvida mediante diálogos críticos com seus interlocutores. Esses diálogos podem ser divididos em dois momentos básicos: a ironia (do grego eironeia, perguntar fingindo ignorar) e a maiêutica (de maieutiké, relativo ao parto).
Na linguagem cotidiana, a ironia tem um significado depreciativo, sarcástico ou de zombaria. Mas não é esse o sentido de ironia socrática. No grego, ironia quer dizer interrogação. Sócrates interrogava seus interlocutores sobre aquilo que pensavam saber. O que é o bem? O que é a justiça? São exemplos de algumas perguntas feitas por ele.
Com habilidade de raciocínio, procurava evidenciar as contradições afirmadas, os novos problemas que surgiam a cada resposta. Seu objetivo inicial era demolir, nos discípulos, o orgulho, a ignorância e a presunção do saber.
A ironia socrática tinha um caráter purificador na medida em que levava os discípulos a confessarem suas próprias contradições e ignorâncias, onde antes só julgavam possuir certezas e clarividências.
Libertos do orgulho e da pretensão de que tudo sabiam, os discípulos podiam iniciar o caminho da reconstrução das próprias idéias.
Nesta segunda fase do diálogo, o objetivo de Sócrates era ajudar seus discípulos a conceberem suas próprias idéias. Essa fase do diálogo socrático, destinada à concepção de idéias, era chamada de maiêutica, termo grego que significa arte de trazer à luz.
A doutrina socrática identifica o sábio e o homem virtuoso. Derivam daí diversas conseqüências para a educação, como: o conhecimento tem por fim tornar possível a vida moral, o processo para adquirir o saber é o diálogo, nenhum conhecimento pode ser dogmaticamente, mas como condição para desenvolver a capacidade de pensar, toda a educação é essencialmente ativa, e por ser auto-educação leva ao conhecimento de si mesmo, a análise radical do conteúdo das discussões, retirado do cotidiano, leva ao questionamento do modo de vida de cada um e, em última instância, da própria cidade.
Interessado somente na prática da virtude e na busca da verdade, contrariava os valores dogmáticos da sociedade ateniense. Por isso,recebeu a acusação de ser injusto com os deuses da cidade e de corromper a juventude. No final do processo foi condenado a beber cicuta (veneno).
A história de sua acusação, defesa e execução é contada nos belos diálogos de Platão, Apologia de Sócrates e Fédon.

Filosofia e Artes


Por (Carneiro, Leão. Aprendendo a pensar, 1991, v. II, p. 240)

"A CONEXÃO dos dois termos, Arte e Filosofia, provoca hoje um interesse estranho e que não é apenas teórico. O artista e o filósofo despertam um no outro uma mescla de fascínio e inquietação. O artista é demasiado curioso de todas as dimensões do mundo para manter-se indiferente às interpretações do pensamento, nos vários domínios do processo histórico e cultural. Mas ele também pergunta, se as verberações da Filosofia não levam de roldão a Arte e o põem em xeque como artista. Por isso não pode deixar de inquietar-se com o lugar que a Arte ocupa no reino da Linguagem. Por sua vez o filósofo é por demais curioso de todas as oscilações do pensamento para ficar indiferente à atividade artística. Mas choca-se com a sensação de que algo mais escapa às interpretações da obra. Ora, é justamente este algo mais que constitui a essência da Arte e o viço artístico da obra. Artista e filósofo sentem-se unidos por um apelo mútuo porque ambos são convidados a concentrar todos os esforços no pensamento da Linguagem. O propósito é discutir a conexão de Arte e Filosofia".